De acordo com a Organização mundial da Saúde (OMS) em uma declaração em fevereiro de 2017, o Brasil é o segundo país das Américas com mais casos de pessoas depressivas. Cerca de 5,8% da população é acometida pela depressão, isso corresponde quase 12 milhões de brasileiros. Dentre todos os casos, foi observado que, para cada representante do sexo masculino que desenvolveu a doença, temos o dobro de ocorrências atingindo o sexo feminino. 

A doença, que pode se manifestar em diferentes tipos, é muitas vezes confundida com períodos de tristeza e desânimo, mas na verdade vai muito além disso. Seus sintomas mais comuns são caracterizados por:

Os danos causados pela doença são responsáveis por gerar um sofrimento intenso no indivíduo que, aos poucos, perde o interesse pela vida e em muitos casos até deseja a morte.

Mas, por que as mulheres são mais propensas a adquirir esta doença?

Existem dois fatores relevantes que tornam as mulheres mais vulneráveis à depressão do que os homens: seus aspectos biológicos e os papéis sociais que exercem no mundo.

 Até a chegada da primeira menstruação e após a menopausa, a incidência da doença entre homens e mulheres é quase a mesma. No entanto, entre estes dois grandes acontecimentos, o percentual de casos em pessoas do sexo feminino se mostra disparadamente maior do que dos homens. Isso acontece devido a fenômenos como o período pré-menstrual, uso de contraceptivos, parto, puerpério e a menopausa, que somados com outras vivências individuais, geram grandes alterações hormonais e emocionais em seu desenvolvimento.  Estes cenários podem afetar o mecanismo de neurotransmissores responsáveis pelo controle do humor, prazer e motivação, onde possivelmente poderão contribuir com o desencadeamento de um quadro depressivo na mulher.

Além de todas estas variações hormonais não muito favoráveis, a figura feminina é encarregada por administrar uma dupla jornada de vida, na qual lidam com uma rotina em que sua atenção é incessantemente disputada pela execução de seu trabalho e o bom andamento de seu lar. Ou seja, além de exercer suas funções trabalhistas, muitas mulheres precisam chegar em sua residência e assumir seus papéis como mães, governar sua casa e manter um casamento saudável.

Estes dois cenários possuem diversas demandas separadamente, e praticá-las simultaneamente gera uma grande sobrecarga emocional. Ambas as atividades precisam ser realizadas com excelência, e quando a mulher sente que não está conseguindo dominar as duas funções, um sentimento de culpa e angústia começa afligi-la. O sexo feminino também está suscetível a sofrer condições sociais opressivas com mais frequência, como nos contextos de violência contra a mulher, submissão ao sexo masculino, desigualdade no mercado de trabalho, padrões estéticos inalcançáveis, enfrentamento de atitudes machistas, entre outros conflitos.

Episódios depressivos precisam ser tratados. Deixar os preconceitos sociais a respeito da doença e reconhecer sua seriedade é ser responsável consigo mesma e incentivar que outras pessoas também cuidem mais de sua saúde. A saúde mental é imprescindível para que possamos ter qualidade de vida e consigamos aproveitar melhor nossas atividades diárias. Podemos diminuir os riscos de episódios depressivos se bebermos água adequadamente, respirarmos ar puro, mantermos uma alimentação saudável, praticarmos exercício físico regularmente, dormirmos bem, aproveitarmos a luz solar e principalmente tendo um bom relacionamento e confiança em Deus.

Se você, mulher, perceber que pode estar passando por episódios depressivos, jamais cogite em ignorar isso. Busque o apoio de alguém confiável, procure uma ajuda profissional como a de um médico ou psicólogo, e não deixe de lutar pela sua felicidade. A depressão é uma doença e nenhum corpo pode ser saudável se sua mente estiver enferma. Por isso, cuide de você!


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